Seminário aborda Ensino Religioso nas escolas jesuítas

A Rede Jesuíta de Educação, em parceria com a Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, realizou, nos dias 25 e 26 de fevereiro, no Campus da FAJE, em Belo Horizonte, o Seminário de Ensino Religioso, reunindo 16 participantes da RJE de várias partes do Brasil. O Seminário foi a conclusão da consultoria oferecida pela FAJE, com o objetivo de fornecer pistas para a Rede sobre  Ensino Religioso (ERE).

Os participantes refletiram, durante os dois dias, sobre temas como os fundamentos do Ensino Religioso; modelos de ERE no Brasil; a Base Nacional Comum Curricular do ERE e a realidade nos estados. As exposições e discussões foram coordenadas pelos professores da PUC Minas Paulo Agostinho Nogueira Baptista e Giseli do Prado Siqueira. Foi feita, ainda, uma Análise Diagnóstica Teológica do tempo presente (distinguindo Pastoral e Formação Cristã de ERE), coordenado pelo reitor da FAJE, Pe. Geraldo Luiz De Mori, além da apresentação do Mapa Situacional do ERE nos Colégios Jesuítas, pelo Prof. Juliano Tadeu, diretor do Colégio Loyola, de BH. O seminário contou com exposições, grupos de trabalho e plenárias, com intensa participação de todos.

A primeira exposição, pelo prof. Paulo Agostinho, tratou dos fundamentos do ERE e propôs questões primordiais tais como o objeto do Ensino Religioso: seria a religião, ou a religiosidade? Ele destacou que “religiosidade” pode ser compreendida como uma dinâmica de abertura do ser humano ao sentido da vida. E que busca responder à pergunta “Quem é o ser humano?” em todas as suas dimensões: um ser de relações, com valores éticos e morais e que possui uma dimensão religiosa.

A partir das provocações do prof. Paulo Agostinho, os participantes discutiram sobre qual é o objeto de estudo do ERE, tendo em vista a interdisciplinaridade e as áreas com as quais dialoga. Para o professor, um dos desafios é encontrar os eixos que definam a área do Ensino Religioso, bem como buscar caminhos para lidar com a realidade escolar: “como podemos fazer uma reflexão significativa, que faça sentido para o aluno e que abra para compreender a realidade e o próprio fenômeno religioso?” Ele ressaltou que, no caso das escolas confessionais, esse desafio pode ser enfrentado a partir do complemento pastoral, da experiência de vida, que venha a conferir-lhe sentido.

A Professora Giseli, por sua vez, tratou dos aspectos epistemológicos e apresentou os “modelos do Ensino Religioso”, quais sejam: Confessional, Ecumênico (Interconfessional) e Fenomenológico, sendo este último, o que se tornou referencial, a partir da década de 1990, com os Parâmetros Curriculares Nacionais, definidos pelo MEC. Ela lembrou que, atualmente, há uma certa confusão na nomenclatura empregada para designar-se o ERE, que pode ser encontrado nas escolas, inclusive nas jesuítas, sob variados títulos: Formação Humana, Educação para a vida, Educação de valores, Humanística, Cultura Religiosa e Humanística e, enfim, Ensino Religioso.

Após dois dias de intensas reflexões, discussões e produções em grupos, o encontro foi encerrado com a compilação de uma série de sugestões relacionadas ao tema, a serem encaminhadas ao diretor-presidente da Rede Jesuíta de Educação, irmão Raimundo Barros. Dentre as propostas destacam-se a constituição de um Grupo de Trabalho para pensar o Ensino Religioso nas escolas jesuítas e atividades formativas para docentes.

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