O Pacto Educativo Global é um chamado do Papa Francisco para que todas as pessoas no mundo, instituições, igrejas e governos priorizem uma educação humanista e solidária como modo de transformar a sociedade, ressoa na Companhia de Jesus como um apelo que demanda um engajamento orgânico e diligente. Trata-se de verter ao campo da educação o magistério socioambiental de Francisco, tendo a coragem de colocar o jovem no centro das ações e compromissos. O Secretário e Delegado de Educação da CPAL (Conferência dos Provinciais da América Latina e do Caribe), Pe. Luiz Fernando Klein, SJ, recorda que os objetivos expressos pelo governo da Companhia foram contemplados no Pacto: “Colocar no centro a pessoa, sobretudo as mais vulneráveis. Empenhar-se pela fraternidade, pela justiça e pela reconciliação. Fomentar a abertura à transcendência e ao reconhecimento de Deus. Desenvolver o trabalho em rede para unir as contribuições dos diversos setores da sociedade e construir a Aldeia Global.” À frente da Secretaria para Educação da Província dos Jesuítas no Brasil, Pe. Sérgio Mariucci, SJ, conta que “a BRA vem atuando juntamente à Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) e à Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE) para um trabalho próximo e articulado em torno dos objetivos do Pacto. O próprio Provincial dos Jesuítas do Brasil, Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ, fez o papel de animar a todos para que houvesse um grande apoio e comprometimento com a iniciativa”.
Ainda em suas considerações, o Pe. Sérgio Mariucci, SJ, recorda que “há um conjunto de princípios que unem e integram a Pedagogia Inaciana ao Pacto Educativo Global, por exemplo, a educação integral, a formação para a cidadania, a centralidade no aluno e o tensionamento curricular para uma proposta humanista de civilização. Todos estes princípios podem ser elencados como pontos de intersecção e complementariedade. Há também o aspecto de que ambos atuam mais como inspiradores de currículo do que propriamente como teoria de currículo. Desta forma, estão em diálogo com as concepções de currículo que possam convergir na compreensão da educação como uma instituição estratégica na formação de cidadãos em torno de um projeto civilizatório centrado na democracia, na sustentabilidade e na justiça social”. Pe. Luiz Fernando Klein, SJ, acrescenta que a Pedagogia Inaciana considera a educação segundo a experiência de Santo Inácio de Loyola e a ótica dos Exercícios Espirituais. “Seu objetivo pedagógico é formar a pessoa em sua pluridimensionalidade para desenvolver-se plenamente e colocar a vida a serviço dos outros, priorizando os segmentos mais desprezados da humanidade. O Pacto Educativo Global persegue os mesmos objetivos e, para isso, propõe, nas palavras do Papa, ´revolucionar´ a educação, libertando-a do formalismo e do conteudismo e deixando-a comprometer-se com o contexto e desafios da realidade”, explica o jesuíta. De algum modo, todas as obras educativas da Companhia no Brasil estão em sintonia com o projeto do Papa Francisco. “Ao rever o seu Projeto Educativo Comum, a Rede Jesuíta de Educação Básica integrou os princípios do Pacto. Antes disso, participou da elaboração e divulgação do Dicionário do Pacto Educativo, assim como da campanha de divulgação do Pacto em si. A Fundação Fé e Alegria também contribuiu na disseminação do Pacto em suas unidades e nas atividades de formação de seus educadores. No Ensino Superior, as universidades jesuítas organizaram webinars, e constantemente vêm contribuindo para a divulgação do documento por meio de suas plataformas de comunicação. Ao mesmo tempo, outros projetos e eventos estão em fase de planejamento, no sentido de apoiar a proposta e dialogar com o Pacto Educativo Global. Apesar disso, o modo mais eficaz ainda é contribuir para promover o amplo conhecimento do documento, bem como estimular o debate público e aberto sobre o que se espera da Educação como força geradora de esperança”, afirma o Pe. Sérgio Mariucci, SJ.
Texto retirado do especial “Em companhia” sobre Pacto Educativo Global: confira!