Ampliação do repertório, conhecimento de novas palavras, criatividade, interpretação melhor do mundo e mais facilidade na compreensão de nomear coisas e sentimentos.O hábito de ler – desde gibis, revistas, jornais e livros – possibilita uma série de benefícios, ainda mais se proporcionado desde a infância. Tanani Pucetti Brion, professora de Língua Portuguesa e Redação do Ensino Médio do Colégio dos Jesuítas, de Juiz de Fora (MG), acredita que estimular a criança, desde a gestação, a ouvir histórias do universo infantil é uma das formas do pequeno leitor se tornar um apaixonado pela leitura. “O gosto pela leitura pode ser desenvolvido em casa, com a ajuda dos pais, abrindo um universo de novas e ricas experiências para os pequenos. Criar momentos em que todos possam estar reunidos, lendo juntos ou cada um com sua leitura de interesse, pode ser uma forma de a criança perceber o mundo de leitores ao seu redor. Uma leitura familiar é sempre um convite ao que há de melhor, os vínculos se formam e se estreitam”, destaca.
Além disso, a escola possui um papel fundamental na formação dos leitores, seja na promoção de atividades pedagógicas e eventos, como semanas literárias e feiras do livro, como na melhoria da infraestrutura dos espaços de leitura. “A escola deve estimular os pequenos leitores, por toda a vida escolar e, dessa maneira, torna-se essencial fornecer boas condições de trabalho para o desenvolvimento da leitura, além da atuação do professor nesse processo. A biblioteca é o coração e a alma de uma escola! Neste espaço, temos oportunidades únicas de provocar nos estudantes situações de aprendizagem riquíssimas. Por isso, os pais também devem frequentá-la. É lá que se encontram as obras mais adequadas aos estudantes”, afirma.
Tanani ressalta, ainda, que conhecer novas histórias amplia a capacidade de imaginação, o que favorece para tornar a mente mais flexível para a resolução de problemas. “A partir das informações dos livros, a criança adquire uma visão de mundo e da vida e, assim, torna-se mais confiante e preparada para traçar metas para seu futuro e construir o próprio pensamento, como ser autônomo e protagonista da própria aprendizagem. Crianças que leem mais tendem a ser ávidos escritores, pois possuem mais criatividade, conhecimento de repertório e de gêneros diversos. Não se forma um bom escritor sem ter sido um bom leitor, é um fato. Formar leitores é um trabalho de longo prazo, e isso envolve encontros constantes com a leitura, sempre afetuosos e dispostos”, analisa.
Vini Souza, o pequeno autor do Colégio Antônio Vieira
No mês de abril, Vini Souza, de 09 anos de idade, aluno do Colégio Antônio Vieira, de Salvador (BA), lançou o seu primeiro livro infantil, Os Supercães, inspirado no seu cachorro de estimação, Yoshi, que chegou em sua casa durante a pandemia. “Eu criei esse livro em homenagem a ele. O livro fala sobre três crianças, que adotaram um cachorro cada, e depois de um ano, elas descobrem que esses cachorros têm superpoderes! E aí acontece uma grande aventura. Fico muito feliz, porque eu estou influenciando outras crianças a escrever um livro. E isso é muito legal”, conta.
No Colégio, ele participa das atividades voltadas ao incentivo da leitura. “Eu gosto de ler livros de aventura, suspense, mistério e também livros engraçados”, afirma. Os pais de Vini, o juiz do trabalho João Souza e a analista judiciário Bárbara Louise Carvalho, sempre incentivaram o filho a apreciar as artes e a literatura. “Levamos ele com frequência a museus, exposições, livrarias, feiras literárias, fazendo leitura compartilhada desde quando ele sequer sabia ler, presenteando com livros, mesmo fora de datas festivas, e, principalmente, demonstrando com exemplos diários o quanto é prazeroso e fascinante ler”, diz a mãe de Vini.
Confira dicas para tornar a leitura um hábito:
A professora de Língua Portuguesa e Redação do Ensino Médio do Colégio dos Jesuítas, de Juiz de Fora (MG), Tanani Pucetti Brion, dá algumas dicas para tornar a leitura um hábito:
– Leia de tudo (livros, revistas, jornais, etc.);
– Estimule a criança por meio de seu exemplo enquanto leitor;
– Frequente bibliotecas e livrarias;
– Leve a criança, desde pequena, a saraus, eventos culturais de leitura e momentos coletivos de contação de histórias;
– Preste atenção às programações culturais da sua região e participe dos eventos ofertados para cada faixa etária;
– Apresente outras formas das histórias que a criança já conhece, como, por exemplo, ler o livro e assistir à mesma história no teatro ou no cinema;
– Faça inferências, links que permitam que a criança entenda as várias formas culturais e a importância que há de se registrar as histórias;
– Associe a leitura com outras atividades de rotina, podem surgir temas cotidianos interessantes.