Vocês sabem o que os seus filhos acessam na internet? Gostariam de saber e ter controle sobre isso? Pois hoje existe o controle parental,  uma ferramenta que as famílias podem utilizar para garantir que crianças e adolescentes naveguem de forma segura em sites, redes sociais, jogos, serviços de streaming etc. Disponíveis nos sistemas operacionais de smartphones e de computadores, os recursos permitem aos pais monitorar a navegação, restringir conteúdos impróprios para menores de idade, bloquear páginas e/ou usuários, e definir limites de tempo em sites e aplicativos.

A equipe de Tecnologia Educacional do Colégio Santo Inácio (CSI), do Rio de Janeiro (RJ), criou um espaço no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) dedicado à temática da Segurança Digital.  O conteúdo, voltado exclusivamente para pais e responsáveis, apresenta tutoriais, jogos e novidades na área de tecnologia e educação. Os responsáveis encontram dicas sobre controle parental e sugestões de aplicativos para auxiliar no monitoramento e controle de aparelhos das crianças e dos adolescentes. Também é possível acessar diversos games educativos sobre tecnologia e ética nas redes, além de indicações de canais para denúncias de conteúdos inadequados, de casos de cyberbullying e de perfis nas redes sociais que promovem discriminação ou que propagam fake news.  Acesse aqui o site com todos os materiais.

Ancorado nas diretrizes da Política Interna do Cuidado e Proteção à Criança e ao Adolescente, o Colégio Antônio Vieira, de Salvador (BA), incluiu na rotina pedagógica palestras sobre o uso responsável da internet e redes sociais. No mês de junho, as turmas do 5º ano do Ensino Fundamental receberam orientações e esclareceram dúvidas com a psicóloga e orientadora educacional, Mara Raquel Valverde, e a gestora de Mídia Educacional e Tecnologia, Cláudia Zimmer.  “Muitas vezes, nem mesmo os pais têm noção que o acesso à internet pode ser, em determinadas situações, mais perigoso que deixar o filho sozinho, perdido em uma grande cidade e com os olhos vendados”, afirma Mara. Na palestra, ela ainda mostrou exemplos de malefícios que repercutem no desenvolvimento tanto físico (problemas de visão, postural, de distúrbios do sono, sedentarismo etc) quanto socioemocional, “podendo causar níveis elevados de ansiedade, aumento da impulsividade, dificuldade de autorregulação, de aprendizagem, socialização, além do aumento da probabilidade de causar dependência, ou seja, monofobia em decorrência do uso descontrolado dos smartphones e telas, com construção de relações predominantemente virtuais”, destacou lembrando, ainda, dos riscos das crianças e dos adolescentes se tornarem presas fáceis para os criminosos que também fazem uso da rede.

Em São Paulo, o Colégio São Luís (CSL), desenvolve o Programa de Cultura Digital com professores, estudantes e responsáveis. Uma das primeiras ações realizadas neste ano foi um treinamento do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) com os estudantes do 6º ano para o uso adequado dos equipamentos e das principais ferramentas tecnológicas utilizadas pela instituição.  Com base no material elaborado pelo CSI, a instituição também preparou informativos e tutoriais sobre a importância do controle parental. Para o segundo semestre, o Colégio firmou parceria com uma empresa especializada em riscos e leis da internet para preparar os professores de diferentes segmentos para que eles sejam multiplicadores desses conhecimentos e ajudem na conscientização dos estudantes sobre o uso ético, correto e seguro dos recursos digitais. Serão oferecidas palestras e oficinas sobre  direitos humanos, cyberbullying, direitos e responsabilidades na internet, valores morais e éticos, riscos da auto exposição, fake news, entre outros. 

Veja, nos tutoriais abaixo, como fazer a configuração do controle parental nos smartphones com sistemas operacionais Android e iOS:

Android: https://www.youtube.com/watch?v=9OXUrcdi7Lw
iOS: https://www.youtube.com/watch?v=Rmxz9luHAo8 

Dicas de segurança para crianças e adolescentes na internet:

Não permita o uso de redes sociais antes da idade mínima exigida pelas plataformas: TikTok, Instagram, Facebook e WhatsApp, por exemplo, proíbem que crianças abaixo de 13 anos usem as plataformas. O motivo é que elas podem estar mais vulneráveis a aliciadores e conteúdos inapropriados. 

Use aplicativos de controle parental: com eles é possível definir tempo limite de uso do aparelho e de aplicativos, bloquear o telefone à noite ou quando desejar, analisar a quantidade de tempo usado em cada app e rastrear a localização usando o GPS. 

Defina períodos de uso do celular e redes sociais: segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o tempo de uso do aparelho deve ser definido conforme a faixa etária. Dos dois até aos cinco anos, a orientação é que o limite de tempo seja de até uma hora por dia. Entre seis e dez anos, esse período é limitado a duas horas. Já dos 11 aos 18, o indicado pelos especialistas é que o jovem acesse até três horas por dia, no máximo.

Crie um perfil infantil na Netflix: o serviço de streaming possui uma opção de controle parental que restringe o tipo de conteúdo visualizado pelas crianças e permite que os responsáveis bloqueiem títulos.

Cuide com a exposição: caso você permita, compartilhe ou crie um perfil para seu filho nas redes sociais, é fundamental que não exponha dados e referências. Ou seja, nada que quem ver possa associar à realidade e rotina da criança, como uniforme da escola, localização em tempo real e manter o perfil aberto.

Tenha livre acesso aos perfis em redes sociais:  tenha usuário, senha e coloque o seu e-mail para ser receptor de notificações e quaisquer alterações nas privacidades. Oriente a não deixar o perfil aberto e para adicionar apenas pessoas conhecidas. E, claro, ao menos uma vez por semana acesse a conta para realizar uma varredura.

Mantenha o diálogo aberto com seus filhos: quanto mais cedo você se colocar à disposição para conversar sobre tudo com seu filho, mais fácil será o caminho para que ele confie plenamente em você. Isso torna tudo mais tranquilo, a criança não arma barreiras e seu comportamento online é compartilhado com mais franqueza e honestidade. Falar sobre dicas para a segurança das crianças na internet, é falar sobre educação e rotina saudável. É preciso estar sempre atento sobre o que acontece no universo virtual e lembrar que nesse ambiente tudo acontece muito rápido. 

Fontes: Techtudo e PlayKids