Por Melissa Misiuk de Castro, professora do Projeto de Vida no Novo Ensino Médio e orientadora pedagógica do Colégio Catarinense, de Florianópolis (SC), possui graduação em Pedagogia, especialização em Iniciação à Vida Cristã pela Faculdade Católica de Santa Catarina (Facasc) e especialista em Pedagogia Inaciana pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
A gente precisa olhar para o Encontro de Formação Integral compreendendo ser, hoje, uma das atividades que a Rede Jesuíta oferece que permite viver aquilo que é, sem dúvida nenhuma, a essência da nossa pedagogia, o objetivo central da Pedagogia Inaciana, que é a formação integral do sujeito. E, quando participamos do EFI, conseguimos perceber isso por meio das experiências que temos. O aluno vai fazer, primeiro, esse autoconhecimento: quem eu sou, o que eu busco para mim, trazendo a Espiritualidade Inaciana nesse contexto, ou seja, o princípio e fundamento dos Exercícios Espirituais,
Compreendendo quem eu sou, começo a entender o meu papel social e que ele faz diferença e, mais do que isso, desenvolvo uma outra dimensão que é muito importante, a cidadania global. O EFI permite que o aluno passeie de uma maneira muito tranquila, bonita e suave pela vida de Santo Inácio de Loyola, entendendo onde também houve esse protagonismo do fundador da Companhia de Jesus, e que, a partir do momento que Inácio descobre quem ele é, ele começa a compreender a sua vocação, a sua missão, e a entender que tudo aquilo para o qual Deus o criou, tudo aquilo que Deus trouxe no humano dele, era para algo muito maior. Então, depois de passear por todos esses pontos, os alunos saem do EFI, com essa missão também, porque o EFI não acaba no último dia, pelo contrário, ele dá continuidade, porque depois de você ter vivido toda essa experiência, você precisa colocar ela em prática de alguma maneira, devolver ela de alguma maneira para a sociedade, ou para o meio que você convive.
O que eu posso oferecer para os outros, partindo daquilo que eu sou, do meu protagonismo? Eu sou um líder para quê? Eu sou o protagonista para quê? Quais são as realidades que eu posso modificar? O aluno sai com essa bagagem ainda mais cheia, digamos assim, mas também carregada desses sonhos, desses desejos de poder chegar lá fora e entender que ele tem um papel muito importante na sociedade. Eu entendo quem sou, faço esse caminho na minha espiritualidade, essa busca interior, mas que ela vai oferecer algo lá fora. E isso é muito bonito. A gente vê os alunos fazendo esse caminho ali dentro do EFI, nessa busca de ser mais esse cidadão global.