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Artigo: “Educação étnico-racial para crianças: combatendo desde cedo o racismo​”

Por Sálua Chequer, professora e integrante do Comitê para Educação Étnico-racial e de Gênero do Colégio Antônio Vieira, de Salvador (BA), onde atua como coordenadora de Projetos Culturais. Mestre em Arte, Educação e Cultura, pesquisadora das manifestações e brinquedos populares do Brasil. 


Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, são extremamente válidas todas as manifestações que abordem o combate ao racismo – um mal que ainda, e muito lamentavelmente, está presente em nossa sociedade, afetando, sobretudo, o povo preto. Na verdade, sonho com o dia em que não faça mais sentido ter em nosso calendário o Dia da Consciência Negra, com esta já absorvida, praticada, respeitada com a dignidade que todos os povos de todas as etnias merecem. 

Nesse sentido, é importante que, por meio de livros, aulas e dinâmicas diversas, nossas crianças desde cedo contem com o apoio das famílias e da escola para que possamos disseminar de vez este problema na sociedade. Assim, neste dia em especial e em todos os outros, vale destacar também o papel de uma educação étnico-racial na infância, tratando o tema e toda a valorização da influência da cultura afro com seriedade, mas sempre com muita leveza e ludicidade, essencial para a compreensão e para novas atitudes diante de situações de racismo, desde a tenra idade.  

É um momento para enfatizarmos toda a rica contribuição cultural do continente africano para o povo brasileiro – especialmente para o povo baiano, o povo soteropolitano, até porque Salvador é a cidade mais negra, mais composta por afrodescendentes, fora da África. Como coordenadora de Projetos Culturais do Colégio Antônio Vieira, na capital baiana, tenho a oportunidade de participar de rodas de conversa com as crianças em que abordamos toda a beleza cultural de nossas heranças africanas e que hoje fazem parte de cada um de nós, brasileiros. Negar isso, é negar nossa própria existência, nossa própria identidade.

Valorização no dia a dia

No colégio, as crianças já normalmente costumam estudar o tema como parte dos projetos pedagógicos específicos por unidade. A biblioteca da escola é também fundamental para a proposta de uma educação étnico-racial. No caso do Vieira, a unidade destinada ao público infantil conta com vasta literatura sobre o tema, incentivando a leitura crítica e reflexiva, a partir da ludicidade. É neste espaço que também se dão nossos encontros com os alunos. Conversamos de forma bem leve e descontraída sobre suas aprendizagens quanto às contribuições da África na culinária, na dança, na música etc, identificando como são tão significativas em nosso dia a dia. Vale ressaltar que o continente africano, berço de civilizações, também se faz presente na ciência, na literatura, no cinema, na economia, entre outros aspectos que engrandecem as sociedades em todo o mundo.      

As crianças vibram quando evidenciamos ou elas mesmo passam a se dar conta da presença da cultura afro desde o vocabulário aos nossos hábitos mais comuns. É toda uma rítmica, por exemplo, que fundamenta a música no Brasil, com gêneros, como o batuque, o lundu, o samba e o uso da percussão, sempre tão vivos, especialmente na Bahia que já os adotou como um traço cultural do estado. 

E o que dizer da capoeira, do maculelê, da culinária? Poucos sabem que o acarajé, o vatapá, o abará, como conhecemos hoje, vieram da África, mas passaram por modificações no modo de fazer, incorporando novos elementos no Brasil. No caso do acarajé, o bolinho veio do Benin para a Bahia entre os séculos XVIII e XIX. O nome vem do iorubá “Akará”, que significa bolo de fogo, e “Jé”, que significa comer. Originalmente na África, o bolinho era comido puro, sem os recheios que são hoje usados pelas baianas de tabuleiro, a exemplo do vatapá (purê feito com farinha de mandioca, dendê, castanha, amendoim etc), caruru (feito com quiabo) e camarão seco. 

Da mesma forma, a feijoada foi historicamente “incrementada” pelos cariocas, no Rio de Janeiro. O que se sabe é que, como a população escravizada não tinha acesso a alimentos de qualidade, as sobras da Casa Grande que iam para as senzalas eram transformadas em pratos, como a feijoada, a maniçoba, o sarapatel, estes últimos hoje bem característicos da Bahia.  

Brincadeira de faraó

Nessas rodas de conversa, enfatizamos também os países africanos, como o Egito – não apenas por sua contribuição para a humanidade com as pirâmides, sempre muito lembradas. Há brincadeiras, como um joguinho com pedras, batizado no Brasil de Cinco Marias ou Capitão, a depender da região. Desde a época dos faraós, as crianças de suas famílias, sempre abastadas, já adotavam esta forma de brincar, usando pepitas de ouro.

Há, por outro lado, brincadeiras que começaram a partir da discriminação, a exemplo de um brinquedo tradicional chamado Mané Gostoso, que tem um bonequinho que faz piruetas em uma armação de madeira. Nos terríveis tempos da escravidão, a criança negra “brincava” com a criança branca, fazendo cambalhotas e outros movimentos para alegria do “Senhorzinho”, vindo daí a origem do brinquedo. Os alunos, assim, até por meio das brincadeiras, começam a refletir sobre as injustiças do período da escravidão, e o quanto os direitos e o respeito ao povo preto foram, criminosamente, negados e que, infelizmente, ainda nos deparamos nos dias atuais.       

A diversidade do continente africano é outro tema abordado. São assim ressaltados os vários dialetos falados, lembrando que muitos foram colônia de países como Portugal, Inglaterra e França e que é por isso que, em alguns, fala-se a língua local e os idiomas dos países aos quais foram submetidos ao domínio. Mostramos também a África hoje, em sua riqueza cultural absurda dos seus 54 países, evidenciando que o continente vai bem além da imagem de savanas, tribos e animais selvagens que costumavam se propagar. 

Quebra-cabeças

Outro momento que sempre encanta as crianças é quando aprendem sobre os estudos da Geociência que ressaltam que, há muitas eras na pré-história, todo o continente sul-americano e o africano eram ligados – e que se encaixam como um quebra-cabeças, separados pelo Oceano Atlântico como fruto do movimento de placas tectônicas. Não é à toa a alegria dos alunos com esta descoberta, associada a um brinquedo que bem conhecem: é mais um elemento que mostra o quanto nos identificamos com a cultura negra, sobretudo, o quanto, apesar de todas as injustiças sociais, ela se faz muito viva, pulsante, no Brasil, contribuindo com a nossa identidade cultural.

Crédito das fotos: Nicolas Arize/Mateus Nunes (Secom/CAV)
Fonte: Colégio Antônio Vieira

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