Por Inahiara Venancio da Silva Menezes, professora de História e Geografia do Colégio Anchieta, de Nova Friburgo (RJ)
Como professora de anos iniciais há 26 anos, me pego constantemente avaliando e refletindo sobre a minha vida, a minha formação acadêmica, a minha postura diante do mundo e o impacto que posso causar na vida dos “pequenos” que me são confiados todos os anos.
No meu juramento, diante dos amigos e familiares, não só repeti palavras de um mestre como me atrevi a firmar o meu próprio compromisso diante de amigos e familiares que acreditaram em mim: fazer a diferença na vida daqueles cuja que minha voz e didática alcançassem para que eles pudessem transformar O MUNDO.
E é neste chão sagrado da sala de aula que apresento a eles, a cada ano letivo, um mundo que vai além do seu quarto, do seu quintal, do shopping, do clube, da igreja…Um mundo do qual meu simples desejo é que eles sejam protagonistas. Eu os apresento um mundo construído e desconstruído de valores, regras, lutas, guerras, desenvolvimento e avanços, regressos e de, ainda, pouca reflexão. Um mundo que, infelizmente, usa de pouco diálogo e empatia para resolver conflitos e buscar soluções para os problemas da humanidade. Por isso, vejo o meu papel de educadora inaciana como mediadora no processo educacional que preserva a vida, os valores, o convívio e integração do homem ao mundo no qual está inserido, abrindo espaço para o desenvolvimento global do meu educando e, preparando-o para que seja uma pessoa compassiva, comprometida, compreensiva, competente, criativa e colaboradora indo em busca de um MUNDO melhor, sem preconceitos, sem egoísmo e sem padrões que excluam pessoas, sentimentos e ideais.
Porém, sei que meu compromisso com a Educação e com a vida dos alunos é só o início de um trajeto que os faça despertar para o MUNDO. E esse despertar começa nos momentos de fala, escuta, debates, reflexões, análises de imagens e reportagens, comentários sobre o que vem ocorrendo – do macro ou micro (do mundo até o seu lar). E acreditando no poder desse despertar que cada encontro é preparado com a intencionalidade de ver meu aluno como um cidadão global, capaz de pensar, opinar e realizar projetos que o façam perceber de fato sua importância como cidadão e a responsabilidade que tem diante de situações pertinentes ao bom convívio com os demais. E por isso, acredito numa educação significativa em que os conhecimentos adquiridos saiam realmente dos bancos escolares e avancem para O MUNDO, sem romantizar o papel que cada um desempenha nele, mas de levar reflexão e a vontade de solucionar conflitos ou minimizar sofrimentos, pois se meu aluno sair dos nossos momentos de troca e questionar a alta dos juros ou a fome no Brasil, logo um país de tanta produção agrícola, e ainda sobre problemas atuais que nosso país enfrenta ( ainda fruto do nosso processo de colonização), já me sinto verdadeiramente ponte para um futuro que considere o poder transformador que o ser humano tem.
Esse é o MUNDO que precisamos: o MUNDO que desejamos. Que seja cuidado, construído e reconstruído a cada dia em busca de igualdade, respeito, diálogo, conhecimento e harmonia entre Deus, homem e a natureza. Que essa criação seja repleta de consciência e desejo de transformar para o bem comum, para a Casa Comum.
Como disse Confúcio, “Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha”. Então, considero esse o papel do educador: insistir, esperançar, apresentar aos alunos o MUNDO e fazê-los perceber-se inseridos nele não como apenas espectadores, mas como agentes transformadores. E por acreditar que podemos, ouso dizer que: Juntos somos capazes, porque juntos somos MAGIS!
Fonte: Colégio Anchieta (RJ)