O II Seminário JESEDU-Jogja2024 chegou ao fim nesta sexta-feira, 28 de junho. Ao longo de toda a semana, os participantes dedicaram-se à reflexão, à oração, à escuta e à troca de experiências sobre os desafios e possibilidades da educação na fé em contextos de secularização e diversidade religiosa. Eles também discutiram o papel da espiritualidade inaciana na formação da fé dos alunos e da comunidade educativa e o significado da evangelização nas escolas jesuíticas nos diversos contextos.
O diretor da Rede Jesuíta de Educação (RJE), professor Fernando Guidini, foi o mediador do último dia do evento, que contou com a palestra do Pe. Daniel Patrick Huang, SJ, professor da Faculdade de Missiologia da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e moderador do Programa de Renovação dos Missionários, que faz parte da mesma faculdade. De 2004 a 2008 foi superior provincial da Província dos Jesuítas das Filipinas e, de 2008 a 2019, conselheiro geral e assistente regional para a Ásia-Pacífico. O Pe. Huang abordou a evangelização em ambientes multirreligiosos e seculares, enfatizando a abordagem inaciana focada na construção de relacionamentos e na escuta ativa. Inspirado pelo Papa Francisco, ele sublinhou a importância dos modelos bíblicos de evangelização, como os “modelos querigmáticos” e o “modelo de Emaús”, para redefinir a educação religiosa como uma experiência pessoal e comunitária significativa. Esta abordagem destina-se a promover a liberdade espiritual e o encontro genuíno com Deus.
Durante a conversa aberta entre os participantes e o palestrante, o foco foi a relevância de desenvolver modelos de evangelização e educação que possam ajudar a construir identidades claras e ao mesmo tempo abertas e acolhedoras. Também é preciso que eles promovam o diálogo e as conexões entre alunos e educadores. Os participantes destacaram que esses esforços são fundamentais em contextos de crescente polarização, busca de sentido e pertencimento. No JESEDU-Rio2017, o superior geral, Pe. Arturo Sosa, SJ, partilhou que “é urgente que as nossas instituições sejam espaços de investigação pedagógica e verdadeiros laboratórios de inovação didática”. Neste JESEDU-Jogja 2024, o convite continua a ressoar através das experiências partilhadas. Na rodada final de troca de experiências de todo o mundo, os participantes viram como as escolas jesuítas na Colômbia e na Índia, como parte de uma comunidade global, continuam a aprofundar a formação da fé a partir de uma perspectiva inaciana, cada uma em seu contexto diferente, sempre desafiador.
O Pe. Rodolfo Abello, SJ, presidente da Associação dos Colégios Jesuítas da Colômbia (Acodesi), apresentou os fundamentos e horizontes de uma nova proposta educacional que busca responder ao contexto de mudança e secularização que as escolas estão enfrentando. O Pe. John Kennedy, SJ, da Conferência Jesuíta do Sul da Ásia (JCSA), destacou o contexto da educação jesuítica na região, tão marcada pela diversidade religiosa.
À tarde, os participantes se reuniram nos grupos de conversa inacianos para compartilhar os principais convites, reflexões e perguntas que surgiram durante o JESEDU-Jogja2024. O Pe José Mesa, SJ, secretário para o Ensino Secundário e Pré-secundário da Companhia de Jesus, conduziu a última sessão plenária e apresentou um rascunho da declaração final, que será publicada nos próximos dias. Ele expressou a sua gratidão a todos os participantes e organizadores do JESEDU-Jogja2024 e anunciou que o próximo encontro da Rede Global Jesuíta de Colégios, o II Congresso JESEDU, será realizado em Montreal, Canadá, em 2027.
“Nós refletimos aqui neste espaço sobre a educação católica no século XXI e como que essa mesma educação pode ser trabalhada numa perspectiva da espiritualidade inaciana, do diálogo inter-religioso, do encontro entre as culturas, de uma fé com profundidade, e também como que, ao longo do nosso currículo, ao longo das nossas práticas, nós podemos tornar isso realidade. Eu agradeço por todo o empenho de cada um, eu agradeço pelas orações e eu peço para que a nossa Rede se junte à rede global e juntos, mais uma vez, possamos educar no século XXI com uma fé profunda, significativa e imersa nos currículos dos nossos colégios”, afirmou Guidini. Além de Guidini, o diretor-geral do Colégio São Luís, de São Paulo (SP), Pe. Edison de Lima, SJ, também compôs a delegação brasileira de representação da Federação Latino-americana dos Colégios Jesuítas (Flacsi).
Texto e fotos: Educate Magis
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