Em um exercício que combina educação ambiental e simulação política, os alunos do 6º ano do Colégio São Luís, em São Paulo (SP), participaram de uma dinâmica inspirada na Conferência das Partes (COP), focada nos problemas climáticos urbanos e no futuro das cidades. A atividade, denominada COP6-CSL, buscou envolver os estudantes na discussão sobre os desafios das enchentes e a adaptação das cidades para enfrentá-los, tomando como referência a tragédia climática ocorrida no Rio Grande do Sul, em maio de 2024. A atividade começou com uma orientação detalhada sobre o funcionamento de uma conferência climática, incluindo uma análise da meta 13.1 da Agenda 2030 da Unesco, que visa reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos climáticos e catástrofes naturais. Os alunos também tiveram uma breve introdução ao Acordo de Paris, contextualizando a importância das negociações climáticas globais.
Em seguida, os estudantes foram desafiados a criar uma logomarca para a COP6- CSL, com a melhor proposta sendo escolhida por votação. Após essa etapa, houve o sorteio dos grupos de países, incluindo representantes dos Estados Unidos, Brasil, França e África do Sul. Cada grupo de alunos assumiu papéis específicos, como técnicos, representantes governamentais e membros de ONGs, para debater e propor soluções baseadas nas políticas e características de cada país. Os estudantes revisitaram as causas e consequências da tragédia climática no sul do Brasil, analisadas previamente em sala de aula. Eles pesquisaram a posição do país sorteado no combate às mudanças climáticas e elaboraram propostas escritas para mitigar os problemas das enchentes. Essas propostas incluíram soluções técnicas e políticas públicas, que foram apresentadas durante a simulação da conferência.
Na segunda etapa da atividade, ocorreu a simulação da COP6- CSL, momento em que os alunos apresentaram suas propostas e participaram de discussões acaloradas sobre a viabilidade das medidas sugeridas. O debate permitiu que os estudantes argumentassem e mediassem diferentes pontos de vista, refletindo a complexidade das negociações reais. Ao final da simulação, os alunos elaboraram um documento coletivo, formalizando os compromissos climáticos acordados entre os países representados.
Entre as soluções propostas, destacam-se as cidades-esponja, que são projetadas para absorver a água da chuva no local onde cai, utilizando infraestrutura verde, como vegetação, para permitir uma drenagem sustentável. Outras soluções sugeridas foram a implantação de matas ciliares, que protegem os rios de assoreamento e evitam seu transbordamento durante o período de chuvas, e a redução do descarte inadequado de lixo, que contribui para o acúmulo de água superficial nas áreas urbanas.
De acordo com a professora de Geografia, Daniela Anselmi, a simulação da COP6- CSL proporcionou aos estudantes uma experiência educativa significativa, através do contato com o universo das conferências climáticas mundiais e a busca por soluções possíveis no cotidiano. A conferência possibilitou ao 6º ano uma reflexão sobre o presente e o futuro, o desenvolvimento do pensamento crítico, das habilidades de comunicação, negociação e consenso. O desafio de mitigar o problema climático das enchentes, de maneira integral e sustentável, reforça nossa responsabilidade de colaborar no cuidado com a Casa Comum.
Fonte: Colégio São Luís