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Formação que inspira: Fernanda da Silva Franco

Com mais de uma década de atuação no Colégio São Luís, em São Paulo (SP), Fernanda da Silva Franco tem dedicado sua trajetória a pensar práticas pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento integral dos estudantes. Professora de Língua Portuguesa, Redação, Literatura e Projeto de Vida até 2022, e, desde 2023, orientadora educacional do Ensino Médio, ela aprofundou seus estudos na Especialização em Educação Jesuítica: aprendizagem integral, sujeitos e contemporaneidade, promovida pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). 

O seu trabalho final abordou o tema Ressignificação de tempos e espaços escolares para a promoção da aprendizagem entre pares: Uma experiência de aprendizagem colaborativa entre séries para o desenvolvimento de competências socioemocionais em estudantes do Colégio São Luís. Confira a entrevista completa abaixo:

O que a motivou a investigar a ressignificação dos tempos e espaços escolares como estratégia para promover a aprendizagem entre pares?
Quando eu fui convidada pelo Colégio para fazer a especialização pela Unisinos, eu era professora de Redação e Produção de Textos da 2ª série do Ensino Médio e do 7º ano, e eu percebia que na reflexão que a gente tinha que fazer com os alunos para o processo de escrita, muitas coisas apareciam em comum, das dúvidas que eles tinham, das etapas de aprendizagem, e muitas vezes, uma entrega do Fundamental II tinham uma intensidade, embora eles tivessem menos recursos, que seria muito interessante de retomar com alunos mais velhos, que talvez já estivessem um pouco mais maturados pela quantidade de aprendizados escolares. E aí apareciam sempre questões muito significativas a respeito da sociedade, do papel deles como atuantes, como alunos inacianos de uma instituição jesuíta, e no diálogo disso com a construção argumentativa e do pensamento.

Como a especialização tinha como título, e todo o nosso estudo foi em torno disso, dos processos de subjetivação, como essa identidade inaciana se constrói em jovens, me apareceu com muita importância também esse espaço escolar e essas diferenças de idades como alguma coisa muito significativa para que a gente pudesse oportunizar diálogos de troca desta intensidade com esta maturação. 

E isso, por excelência, já seria uma ressignificação do tempo e espaço, quando a gente une alunos que são de 7º ano, estão ali na faixa de 12 anos, com alunos de 2ª série, que estão na faixa dos 16, e o salto gigantesco que existe entre essas duas idades, mas o quanto eles podem aprender uns com os outros. Então pensando nessa formação de identidade, por meio da reflexão argumentativa, do que a gente entende como uma construção de ser humano dentro de uma instituição inaciana, e na possibilidade de aprendermos juntos, tudo isso foi a motivação para estudar esse tema.

E, acima de tudo, a realidade de uma sala de aula, em que a gente vê disposição de estudantes para trocar, não só como aquele que está aprendendo, mas também com todos os subsídios que eles têm, do que eles podem oferecer para o outro. 

Na sua pesquisa, a aprendizagem colaborativa entre séries foi central. Como essa experiência contribuiu para o desenvolvimento das competências socioemocionais dos estudantes?
A ideia era aproveitar uma outra etapa do que estava acontecendo em desenvolvimento na escola, para além das aulas de Língua Portuguesa e de Redação, que era a ideia de Assembleia de Sala de Aula. Como a gente podia, e eu como parte das equipes tanto do 7º ano como da 2ª série, pensar na autonomia e no protagonismo dos estudantes por essa composição de uma assembleia, em que eles discutiam assuntos importantes, de uma forma mediada, de uma forma relevante, e isso tudo levando a um projeto mais amplo do colégio, que era a formação em democracia e participação com o Grêmio Estudantil e os representantes de sala.

Para isso, o processo foi o seguinte: um grupo de alunos voluntários da 2ª série visitou os alunos do Infantil, que eram alunos que já fazem assembleia em sala de aula, para observar como era uma assembleia de sala de aula, em que a discussão era sobre os sentimentos, então os alunos colocavam ali a partir do livrinho como eles estavam se sentindo. Seria uma forma de eles terem alguma instrumentalização para pensar como eles poderiam construir discussões a respeito dos sentimentos deles e das questões que são importantes no dia a dia, mediados um pouco por essa ideia de discurso, que se relacionava diretamente com o que era do meu componente. Como a gente pode construir, por meio das palavras, discursos que sejam relevantes, que sejam cuidadosos, que a gente possa pensar no outro, em mim, de uma forma harmônica, dizer algum incômodo, sem que isso fosse um problema, colocar questões importantes, tanto pelo discurso oral como escrito, na produção de texto, mas entender que desde a Educação Infantil já é possível se discutir temas sensíveis e uma exposição saudável daquilo que a gente sente e pensa.

A partir dessa instrumentalização, que já tem tudo a ver com o socioemocional, eles fizeram uma reflexão nesse grupo e pensaram em uma proposta de atividade que eles colocariam para os estudantes do 7º ano. Então, os pequenos ensinaram os maiores, que depois iriam trazer uma atividade de uma conversa a respeito de temas relevantes com o 7º ano. E a questão que surgiu, como extremamente relevante, que eles percebiam ali pelo histórico deles, e isso é muito legal para até para a formação socioemocional minha, como professora e de toda a equipe, que é perceber que eles têm um olhar para o que acontece com aquela idade que é um pouquinho anterior à deles, que é muito relevante.

Então, eles trouxeram questões como, por exemplo, como eles estavam ali naquele momento meio divididos em grupos de meninos e meninas, como parece que a adolescência chega como um fator de gênero, meninos e meninas pensam diferente, eles estavam um pouco distantes, mas agora queriam se reaproximar. Eles tinham essa memória muito presente ainda do que eles tinham vivido há alguns anos, e queriam propor uma atividade para tentar, um grupo muito motivado com questões de igualdade, de justiça social, para pensar em como ali no grupo deles eles poderiam fazer alguma ação que fizesse repensar alguns preconceitos já meio enraizados em questões de gênero. 

Eles propuseram uma atividade discursiva de pedir para que os estudantes do 7º ano escrevessem uma coisa que é típica, que ele já ouviu que não poderia fazer porque era menino ou menina. Por exemplo: não me deixaram brincar de boneca, porque eu era menino. E na hora de ler isso, que foi escrito pelos estudantes do 7º ano em voz alta, eles leram ao contrário: eu não posso brincar de boneca porque sou menina. E desse estranhamento discursivo surgiu uma reflexão a respeito do que são esses papéis cristalizados de gênero e super estereotipados. E aí eles conversaram de uma forma muito aberta.

Essa foi a experiência que foi analisada a partir de tudo aquilo que a gente tinha como arcabouço teórico das Preferências Apostólicas Universais (Paus). Foi possível que nessa interação entre eles houvesse uma naturalidade para desconstruir preconceitos que talvez a gente, como a figura do adulto que vai sempre dizer, ditar quais são as normas, o que é certo e errado, sem entender um pouco mais de dentro de como é a vida deles naquele momento, fosse menos irrelevante, fosse menos relevante do que alunos que estão ali mais ou menos quase no mesmo patamar. 

Houve ali, mutuamente, um amadurecimento para o olhar de identidade, de quem eu sou, de como eu enxergo o outro, de como esses papéis cristalizados podem impedir que a gente seja mais aberto com relação aos nossos sentimentos ou aquilo que a gente tem de desejo, do que quer fazer e como a gente pode dialogar com isso sem que isso seja um problema, abertamente, para que cada um possa se colocar, entender as suas coisas desse jeito. Foi um processo muito bacana de amadurecimento socioemocional para os estudantes da 2ª série, eu diria até mais do que para os do 7º ano, porque eles puderam, inclusive, respeitar os alunos mais jovens. Para eles surgiu esse tipo de respeito e de abertura de olhar para essa essa identidade tão complexa que tem mesmo uma pessoa mais jovem. Além disso, surgiu uma amizade interessante, de alunos que se cruzavam no corredor e que dialogavam com mais proximidade.

Aquela distância de Ensino Médio e Fundamental 2, que pode parecer muitas vezes dois universos tão distintos, ela se quebrou um pouco. A gente conseguiu criar um ambiente que tivesse uma interação muito positiva entre eles, uma interação que nasceu de uma situação mediada, mas depois foi se naturalizando ao longo dos meses. 

Quais foram os principais desafios e descobertas ao implementar práticas que conectam turmas de diferentes séries em atividades de aprendizagem conjunta?
Eu diria que o desafio é sempre de questões mais práticas, de como a gente faz com que esses horários se conversem, e essa era a grande questão que estava por trás de tudo isso, como ressignificar esse tempo para que essas coisas sejam possíveis, e como ressignificar o espaço da sala de aula não seja um espaço de uma pessoa que fala e todo mundo escuta, é um ressignificado de que a aprendizagem vai de todos os lados para todos os lados, em vários tempos diferentes. Então é um enorme desafio saber quando que a gente consegue conciliar um aluno que tem uma grade horária super preenchida por todas as demandas que a escola tem, para que ele faça uma atividade que não seja assim.

Isso exige um pensamento inclusive curricular, do que a gente está dando prioridade ou não nas formações das competências. É um desafio que, para ser bem sincera, não foi assim tão difícil de superar, porque a escola estava disposta, entende a importância disso, então esses espaços sempre são encontrados, mas é mais uma questão organizacional do que qualquer outra coisa. Talvez eu tenha tido o privilégio de ter um grupo de estudantes de 2ª série que estavam à frente do que estava acontecendo, que era um grupo voluntário, e por ser um grupo voluntário, embarcou de cabeça naquilo, não era a totalidade da série. Talvez, em uma atividade que fosse obrigatória com todo mundo, fosse um pouco mais difícil. Como experiência prévia, a gente fez uma outra atividade entre a 3ª série e o 6º ano, em que o 6º ano deu uma aula de Redação para a 3ª série. 

Como era o 6º ano que estava dando aula, eles têm uma empolgação que é muito bonita, também não foi tão cheia de desafios na relação. E a 3ª série tem um movimento de despedida da escola, que eles também ficam bem abertos a receber essa espécie de cuidado e afeto que veio no formato de aula.  Vou dizer com toda honestidade, que é muito difícil de levantar os desafios, porque é uma experiência pela qual eu tenho muito carinho, e que na minha memória foi de um significado tão intenso, que qualquer dificuldade que tenha aparecido, ela foi muito minimizada.

Se a gente oferece aos alunos o apoio para que eles sejam protagonistas, eles sempre vão nos surpreender positivamente. Eu não me canso de me surpreender positivamente com as ideias que eles têm, com o cuidado que eles têm, inclusive a rigidez que eles têm com eles mesmos, não que a rigidez seja positiva, mas no sentido de busca de excelência, quando eles são colocados à prova para oferecer algo para outros estudantes. Se a gente quer falar bem do nosso trabalho, a melhor forma é deixar que eles falem.

Que recomendações você deixaria para educadores que desejam implementar experiências de aprendizagem colaborativa com foco no desenvolvimento integral dos estudantes?
É lembrar que a formação integral de um estudante numa escola inaciana é uma formação cidadã, é uma formação que quer formar pessoas que sejam para e com os demais. E isso perpassa tudo que é do currículo duro, que é, do que é conteúdo, do que são habilidades de qualquer componente mais específico. No meu caso, que a redação permite, em certa medida, que a reflexão a respeito das coisas do mundo seja parte do componente em si, talvez seja um pouco mais facilitado, mas a dica é nunca esquecer que esta formação identitária de pessoas que são cuidadosas com o mundo e com os demais, ela tem que perpassar por qualquer outra coisa.

Se temos isso como um princípio fundamental, conseguimos fazer as coisas significarem para que a formação, seja integral, dentro de todos os aspectos cognitivos, acadêmicos, socioemocionais e espirituais, de cuidado com os demais, de sempre estar voltado para o bem comum e voltado para a maior glória de Deus. Eu acho que essa é a dica fundamental, e saber que numa escola jesuíta, eu vou falar do Colégio São Luís, porque é onde eu estou, mas é o que eu observo em qualquer outro contato com a Rede, a gente tem isso como fundamento e, consequentemente, conta com apoio. A gente precisa ter, como dizia lá no Congresso da Rede, essa santa ousadia, na medida justa, mas uma ousadia de saber que a gente está fazendo coisas com fundamentos que são muito importantes para cuidar dos nossos estudantes e para cuidar do mundo.

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