A auxiliar administrativa Francinalda e o seu marido, Ocimam Bonfim, sonhavam que os filhos estudassem em um colégio de referência, mas nunca imaginaram que, além disso, um deles chegaria tão longe, a ponto de representar o Brasil internacionalmente. Como não tinham condições de pagar por um colégio particular, foi na Escola Padre Arrupe, em Teresina (PI), que o mais velho, Manoel Nunes, iniciou a trajetória na educação básica. A instituição da Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE) atende gratuitamente 512 alunos, da Educação Infantil I até o 5º ano do Ensino Fundamental.
Quando saiu da Escola Padre Arrupe, Manoel passou a estudar no Colégio Diocesano, por meio da concessão de uma bolsa de estudos, outra possibilidade oferecida pela RJE. Hoje aluno da 3ª série do Ensino Médio, relembra que “A estudou na Rede Jesuíta. “E quando a minha mãe vê que estou perto de terminar toda essa minha história com a instituição, ela chega a chorar, porque ela fala ‘filho, era sempre um sonho meu e do seu pai. E ver que isso está se realizando e trazendo frutos, é de extrema emoção’”, conta Manoel, que prepara-se para embarcar para a Suécia, onde representará o Brasil no Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024.
Apaixonado por tecnologia
Crédito da foto: Raíssa Moraes
Desde criança, Manoel é apaixonado por robótica. Ele recorda de pegar brinquedos e desmontá-los para entender como todas as peças se encaixavam e funcionavam. E foi no Colégio Diocesano que o jovem conseguiu unir essa paixão e montou um projeto jápremiado em feiras nacionais e internacionais. O trabalho Rover aquático autônomo para monitoramento de qualidade da água: Uma ferramenta portátil de baixo custo começou a ser desenvolvido em 2023, com o auxílio de professores da instituição. “É um barco autônomo que serve para identificar focos de contaminação em água doce, tanto em rios como em lagos. A pessoa só coloca uma rota para ele, e ele faz todo esse percurso. Ele promete revolucionar a forma como a identificação de contaminação é feita, porque hoje em dia os órgãos públicos e privados não possuem medidas efetivas para conter esse tipo de contaminação e nem identificá-las”, explica.
O estudante buscou construir um protótipo que possibilitasse o monitoramento da água em regiões ribeirinhas, onde a população costuma ter acesso limitado à água tratada. Ao ver reportagens que apresentavam a situação crítica vivenciada pelas tribos da etnia Yanomami, na região norte do país, atingidas pelas consequências do garimpo ilegal e mineração, Manoel decidiu que precisava fazer algo para auxiliar aquela população. O rover aquático funciona tanto com energia solar quanto com baterias, sendo uma alternativa mais acessível às análises que tradicionalmente são realizadas por equipes de pesquisadores.
O caráter inovador do projeto de Manoel rendeu frutos: ele já participou de quatro feiras científicas, e em todas conquistou medalhas de ouro. A primeira foi a 7ª Feira Mineira de Iniciação Científica (Femic) 2023, onde foi o 1º colocado geral na categoria Engenharias. Com o prêmio, ele se classificou para o Fórum Internacional de Ciência de Porto Rico (Ficep), realizado em abril deste ano, onde também foi vencedor da categoria Engenharia e o segundo colocado geral do evento.
De Porto Rico, Manoel embarcou para Brasília (DF), onde competiu no Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024 (Stockholm Junior Water Prize – SJWP) e ganhou a etapa brasileira. Com isso, o estudante piauiense disputará a etapa internacional no mês de agosto e concorrerá com jovens de outros 40 países. A última conquista do aluno foi o Prêmio Piauí de Inclusão Social, uma parceria da TV Meio com o Governo do Piauí que reconhece iniciativas empresariais, pessoais e coletivas que promovem emprego, crescimento de renda, inclusão social e cooperação solidária. Manoel foi ouro na categoria Inovações e campeão geral.
Ao ser questionado sobre o que sentiu ao conquistar o seu primeiro prêmio, Manoel lembra das noites mal dormidas vendo projetos e do apoio recebido do Diocesano. “Lembro que o primeiro protótipo que eu fiz deu erro, fiquei bem frustrado, mas quando recebi o meu primeiro prêmio, fiquei pensando que todas aquelas noites que eu virei, valeram a pena e estão valendo a pena. A visão humana que a Rede e o Diocesano proporcionam me fizeram observar esse cenários de uma forma totalmente diferente, e me auxiliaram a criar esse equipamento”, afirma.
Votação popular e reconhecimento internacional
Manoel conta com o apoio de toda a RJE na votação popular. CLIQUE AQUI PARA VOTAR. (Nome do projeto: AQUATIC ROVER: AN AUTONOMOUS VEHICLE FOR WATER QUALITY: A LOW-COST PORTABLE TOOL).
Acompanhe perfil do estudante no Instagram (https://www.instagram.com/_manoel_nunes/). “Não se esqueçam de acompanhar toda essa trajetória e me apoiem para que eu vença mais um prêmio para o nosso Brasil”.
Boa sorte, Manoel!
RJE e o seu trabalho social
Anualmente, a RJE beneficia milhares de estudantes e famílias em situação de vulnerabilidade econômica por meio de suas ações sociais, como Bolsas de Estudo, Ensino Médio Noturno, Ensino Profissionalizante e Unidades Educativas 100% gratuitas. A RJE mantém o trabalho social em suas 17 unidades educativas, em conformidade com a legislação vigente por meio da Lei Complementar nº 187 de 16 de dezembro de 2021, que dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes e regula os procedimentos referentes à imunidade de contribuições à seguridade social de que trata o §7º do art. 195 da Constituição. Na área de educação, desenvolve o Programa de Inclusão Educacional e Acadêmica (Piea), oferecendo bolsas de estudo e benefícios complementares, para os níveis de educação básica, garantindo o acesso, permanência e a aprendizagem do aluno. Na área de assistência social, desenvolve serviços, programas e projetos nas categorias de atendimento, assessoramento, defesa e garantia de direitos.