Artigo: “Família e escola: união colaborativa”

Por Dário Schneider, diretor acadêmico do Colégio Anchieta, em Porto Alegre (RS)


No processo educativo, é decisivo o relacionamento entre as famílias e as instituições de ensino. Cada um tem sua missão a cumprir nessa dinâmica. Seja para gestores de escolas ou pais de filhos na educação básica, existem a escola ideal e a escola real. O ponto de convergência a ser buscado está na experiência que é proporcionada. 

Mas em que sentido a escola deve proporcionar espaços efetivos e afetivos de participação da família? Através de espaços de diálogo com gestores, equipe pedagógica e feedback com professores. E, principalmente, a família precisa demonstrar disposição em colaborar nos processos educativos. Quando os pais decidem pelo local de estudo dos filhos, já há o início de um mútuo compromisso entre as partes. 

A escola vem com a apresentação da intencionalidade de seu projeto educativo, estrutura, organização, recursos e, especialmente, prática pedagógica. E, à medida que o desenvolvimento educacional acontece, a família deve sentir-se convidada a exercer seu papel na rotina dos filhos. Atentas à percepção das famílias, as escolas também hoje têm novas possibilidades tecnológicas para analisar os dados sobre aprendizagem — traçando um diagnóstico preciso sobre a jornada de cada um e apontando oportunidades de melhoria. Tudo isso vem a somar, reforçando a credibilidade, atribuindo valor e estreitando os laços para o desenvolvimento educacional dos estudantes.

Nos últimos anos, tivemos duas comprovações da importância de outro elemento essencial nessa relação: a flexibilidade, que traz consigo a capacidade de adaptação. Com a experiência da pandemia e a enchente de maio de 2024, o Colégio Anchieta — com sua comunidade, estrutura e atuação — foi percebido como uma rede de apoio. Um espaço de cuidado com a vida é uma forma efetiva de mobilizar ações de solidariedade, reunindo equipes, pais, alunos e antigos estudantes.

A parceria entre escola e família gera corresponsabilidade, sentido e significado pelos vínculos. E mais: dá concretude ao desenvolvimento educativo de modo ampliado. Quando o espírito de parceria fica estabelecido, o processo de ensino e aprendizagem é potencializado. Em tempos incertos, estamos todos entre ruídos e sinais. E isso aumenta a responsabilidade de todos nós. Os desafios da atualidade exigem uma educação voltada para a cidadania global — formando não apenas pessoas tecnicamente competentes, mas também comprometidas e compassivas.

Fonte: Jornal do Comércio

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