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Educação Antirracista: compromisso com a equidade e a justiça

Em um país marcado pelo racismo estrutural, a educação tem um papel central na formação de crianças e adolescentes capazes de construir relações mais justas e humanas. Na Rede Jesuíta de Educação (RJE), esse compromisso integra a missão educativa e o Plano Apostólico da Província dos Jesuítas do Brasil, que colocam a justiça social, a dignidade humana e o cuidado com as vulnerabilidades no centro da formação integral. A construção de uma cultura antirracista começa na infância e envolve escola e família em um processo contínuo de diálogo, representatividade e valorização da diversidade, dimensões que atravessam o currículo, as práticas pedagógicas e a vida comunitária.

Essa compreensão está presente nas orientações institucionais da Companhia de Jesus. O Pe. Isaías Gomes da Silva, SJ, coordenador da Pastoral do Colégio Santo Inácio, em Fortaleza (CE), e membro da Articulação Afro Brasil SJ, explica que a educação antirracista é parte constitutiva da missão. “A educação jesuíta busca potencializar cada dimensão constitutiva da pessoa, ajudando no desenvolvimento da imaginação, afetividade e criatividade. Isso se dá em relação com os outros, e consequentemente, exige-se um modo de proceder baseado pelo respeito, amor e serviço. Os estudantes, educadores e demais membros de uma obra/missão da Companhia ‘são estimulados a criarem solidariedade com os outros, que transcende raças, culturas e religiões’ (Características da Educação da Companhia de Jesus, n. 33).  Não existe uma proposta educativa cristã e inaciana que não oriente diligentemente as ações que visem a supressão do racismo e de todo tipo de violência”, ressalta.

O jesuíta destaca, ainda, os compromissos assumidos pela Província do Brasil  no fortalecimento da equidade racial. “Algumas obras têm promovido espaços formativos e ações de conscientização contra o racismo. Escolas, colégios e universidades têm se esforçado para atender às orientações da Lei nº. 10.639/03, sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africanas e afro-brasileiras e da educação das relações raciais na educação básica. E a Lei nº 11.645/08 sobre a história e a cultura dos povos indígenas do Brasil. Algumas frentes apostólicas também têm criado comissões e grupos de reflexão e ação para a questão étnico-racial em seus espaços de atuação. Em abril deste ano, a Articulação Afro Brasil SJ, reunida no Rio de Janeiro (RJ), entregou ao provincial do Brasil uma proposta de Política de Promoção de Igualdade Étnico-racial e Combate ao Racismo para a Província dos Jesuítas do Brasil”, comenta.

Na Escola Santo Afonso Rodriguez (Esar), em Teresina (PI), esse compromisso aparece em experiências concretas dentro e fora da sala de aula. Para Lucas Vinícius Miranda de Sousa, professor de Ensino Religioso do 8º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio e dos itinerários formativos Desenvolvimento Corporal e Argumentação Artística, a educação jesuíta “tem papel primordial nos processos de construção de epistemologias decoloniais dentro da nossa realidade acadêmica e local”. Ele compartilha que, no cotidiano da escola, os estudantes vivenciam experiências que rompem não só com discursos racistas, mas qualquer interface que possa ferir a dignidade humana. Entre os projetos desenvolvidos, o docente destaca que, no Ensino Religioso, os jovens têm contato com conteúdos sobre religiões de matriz africana e indígenas, explorando tradições, símbolos, líderes religiosos, rituais e visões de cuidado com a casa comum.

Nos itinerários formativos, foram construídos lapbooks e atividades sobre corporeidade afro-brasileira, além de estudos literários focados na resistência e na identidade negra, com autores como Lima Barreto, Djamila Ribeiro, Machado de Assis, Carolina Maria de Jesus, Itamar Vieira Junior, Lázaro Ramos, Emicida e Sueli Carneiro. Ele também menciona a participação dos estudantes na Feira LinkESAR, onde apresentaram trabalhos científicos sobre sabedoria ancestral, povos originários e sustentabilidade. “A temática é trabalhada de maneira interdisciplinar, orientados pelos documentos da Rede Jesuíta de Educação com o Projeto Educativo Comum (PEC). Os percursos metodológicos sempre são propostos com conteúdo com eixos de reflexão dentro dos processos de construção histórico – religioso – cultural e contemporâneo, tanto afro-brasileiro e indígenas”, destaca.

A educação antirracista também se consolida na primeira infância, e a Escola Padre Agostinho Castejón (Epac), no Rio de Janeiro (RJ), tem desenvolvido um trabalho intencional nesse sentido. “Quando falamos em antirracismo na primeira infância, estamos falando de cuidado com a formação humana desde o início da vida. Educação antirracista não é um tema único, mas prática cotidiana. E isso significa garantir representatividade nos livros, nas imagens, nos brinquedos, na forma como conversamos com as crianças. É ajudar também as crianças, os nossos alunos, crianças negras e não negras, a se reconhecerem como belas, como capazes, como pertencentes”, analisa Ana Tobias, diretora-geral da instituição.

Esse trabalho se expressa no projeto político-pedagógico e nas práticas diárias da escola. “Temos feito um movimento muito intencional para que a diversidade racial seja, de fato, práticas cotidianas e práticas reais, presentes na literatura, nas artes, na música e na dança”, explica. A formação contínua dos educadores também tem papel central. “Falar de racismo é falar também sobre nós mesmos, sobre nossos atravessamentos, sobre o que aprendemos e sobre o que também precisamos desaprender”. Ela destaca, ainda, que a coerência entre escola e família é essencial para fortalecer as crianças: “A criança precisa encontrar coerência entre o que se vive na escola e o que se aprende fora da escola. Quando a escola e a família e toda a comunidade educativa caminham juntas nesse pensamento, construímos vínculos e transformamos a educação antirracista em um valor coletivo, vivido cotidianamente”, pontua.

Coletivo Antirracista de Pais, Mães e Responsáveis do Colégio São Luís

No Colégio São Luís, em São Paulo (SP), o movimento por uma educação antirracista ganhou força a partir da iniciativa das próprias famílias. O Coletivo Antirracista de Pais, Mães e Responsáveis surgiu em outubro de 2020, quando membros da comunidade escolar, inspirados pela Liga Interescolas por Equidade Racial de São Paulo, articularam a criação de um espaço dedicado ao tema dentro da escola. Georgina de Santana Farias Santos Moraes, integrante do grupo, lembra que o impulso para a organização também foi marcado pela urgência de compreender a estrutura racial brasileira e seus efeitos no ambiente escolar.

Desde então, o Coletivo mantém um diálogo estruturado com a escola, contribuindo para transformar o espaço educativo em um ambiente mais acolhedor, plural e consciente. “Atuamos como ponte entre famílias, estudantes e instituição, acolhendo demandas, propondo reflexões e acompanhando situações relacionadas ao enfrentamento do racismo”, afirma. Ela relata, ainda, iniciativas que fortalecem a representatividade e o enfrentamento ao racismo no cotidiano escolar. “Participamos dos Fóruns de Profissões, garantindo a presença majoritária de profissionais negros e negras, uma vez que a representatividade tem o poder para transformar o imaginário das crianças e jovens. Também atuamos na indicação de temas que precisam de aprofundamento e no acompanhamento de casos de racismo na comunidade escolar, sempre comprometidos em fortalecer mecanismos de prevenção, acolhimento e responsabilização”.

Os impactos da atuação do Coletivo já podem ser percebidos por toda a comunidade educativa. “A escola implementou uma agenda consistente de letramento racial para toda a comunidade, aprimorou os procedimentos de escuta e apuração de casos de racismo e ampliou a representatividade negra no corpo docente e nas formações internas. Entre estudantes e responsáveis, observamos maior consciência racial, compreensão mais profunda sobre privilégios e desigualdades, vocabulário mais preciso para identificar e enfrentar o racismo e, sobretudo, o entendimento de que a educação antirracista é fundamental para a construção de uma sociedade verdadeiramente justa e democrática”, avalia.

Comitê Étnico-Racial do Colégio Antônio Vieira

No Colégio Antônio Vieira, em Salvador (BA), a promoção da equidade racial ganhou um espaço institucional próprio com o Comitê para Educação Étnico-Racial. O grupo nasceu no final de 2020, por iniciativa da equipe diretiva, diante da necessidade de enfrentar de maneira sistemática as demandas relacionadas ao racismo e fortalecer a construção de uma cultura antirracista na comunidade escolar. “A sua criação também foi impulsionada pelo reconhecimento de que o debate sobre questões étnico-raciais deve ocupar um espaço central no ambiente escolar, dadas as implicações históricas e sociais que permeiam o tema”, observa Jacson Sandro Paim Barbosa, professor de História e coordenador do Comitê.

As primeiras reuniões ocorreram em 2021, reunindo professores e colaboradores de diferentes setores. Desde então, o Comitê se consolidou como espaço permanente de diálogo, reflexão e ação para fortalecer a igualdade racial. “Entre suas principais frentes de atuação, destaca-se a formação contínua de colaboradores e colaboradoras. O Comitê compreende que o letramento racial é essencial para capacitar toda a equipe a identificar, prevenir e conduzir de forma adequada possíveis situações de racismo no ambiente escolar”, diz. Segundo ele, esse movimento formativo tem impacto direto no clima educativo. “Essa estratégia não apenas fortalece a postura institucional diante do tema, mas também favorece a construção de uma cultura escolar mais consciente, acolhedora e comprometida com práticas antirracistas, contribuindo, assim, para a formação de cidadãos mais críticos, sensíveis às desigualdades e cientes de seus direitos e responsabilidades”.

O Comitê também atua na revisão do currículo sob a ótica da diversidade, integrando perspectivas que valorizam identidades negras e indígenas. “Em 2025, esse compromisso se reforçou por meio de um conjunto diversificado de ações formativas, como oficinas, grupos de estudo, rodas de conversa e palestras, que aprofundaram o letramento racial e fortaleceram a afrobetização de toda nossa equipe integrante do comitê”, celebra.

O processo envolve desafios importantes. “Um dos principais continua sendo o letramento racial de toda a comunidade escolar”, aponta Jacson. Ele explica que desconstruir práticas e discursos naturalizados exige tempo, intencionalidade e disposição para revisitar comportamentos. Ao mesmo tempo, os avanços têm sido significativos. “Um dos maiores avanços nesse processo está na própria cultura pedagógica do Vieira, marcada pelo afeto, pelo cuidado e pela pedagogia inaciana. Percebemos um aumento significativo da consciência racial e da capacidade de reconhecer situações de discriminação, bem como de se posicionar contra elas”.

Para ele, essa mobilização fortalece o sentido de missão: “Assim, percebemos que as ações do Comitê não apenas transformam comportamentos e práticas, mas fortalecem os vínculos da comunidade, promovem justiça, ampliam a consciência coletiva e consolidam a escola como um espaço verdadeiramente antirracista, comprometido com a formação integral de seus estudantes e com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, conclui.

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